"Ponteiros do Tempo"

Como podemos definir o tempo?
Seria possível mensurar o desconhecido?
Paradoxos de algo exato, mas sem exatidão a dar
E os ponteiros insistem em não descansar

“Tic-Tac´s”, “Prim-Prim´s” ou as vanguardas em MP3
O badalar chega a todos, e o tempo insiste em seguir
Nada de pestanejar, é hora da poeira levantar
E os ponteiros insistem em não descansar

Cada ser tem seu prazo e momento singular
Fundamental respeitar e aceitar os alheios
Estúpido seria nossos tempos comparar
E os ponteiros insistem em não descansar

Retroagir no universo do tempo é incabível e surreal
Resta conviver com as lamentações e lamúrias
Fortes saudades e recordações na memória a florear
E os ponteiros insistem em não descansar

É hora de usar o presente e olhar para o futuro
Semeie, aprenda, entenda, aguarde, observe
Prepare e planeje um tempo ainda a esperar
E os ponteiros insistem em não descansar

Perfeita a magia do desconhecido porvir
Longe dos previsíveis minutos e segundos
O que é hoje não é amanhã, oposto não menos popular
E os ponteiros insistem em não descansar

Caberá germinar a semente, e aceitar seus frutos
Caberá praticar o aprendizado, e entender seus porquês
Caberá, ao final, um belo sorriso ou um amargo choro estravazar
E os ponteiros insistem em não descansar

Mas porque perder algo tão precioso?
Porque insistir em dar tempo ao tempo?
Se amanhã o tempo poderás não ter para dar
E os ponteiros insistem em não descansar

Bom mesmo era se deixássemos os ranços no passado cansado
Bom mesmo era se adiássemos as teorias de um futuro incerto
Bom mesmo era se, com o presente, o tempo pudesse nos presentar
Afinal, os ponteiros insistem em não descansar


Henrique Antunes, 22/06/2011

Um comentário:

  1. Se resolvemos algo em minutos, deixe seu parceiro resolver nos anos que o competem.

    Aprendi muita coisa em minha vida, e ainda tenho muito a amadurecer. Mas uma coisa se faz latente neste momento, respeitar o tempo de cada pessoa.

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